Um mês, um departamento, um saber: a Filosofia e o cinema

23-11-2013 16:41

E terminamos a Semana da Filosofia, com mais uma proposta de filme da professora Isabel Felício

«O Nome da Rosa»

Título original: «The Name of the Rose»

Realização: Jean-Jacques Annaud 

Ano: EUA, 1986

Baseado no livro com o mesmo nome, de Umberto Eco

Sinopse:

Estranhas mortes começam a ocorrer num mosteiro beneditino localizado na Itália durante a baixa idade média, onde as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos. O mosteiro guarda uma imensa biblioteca, onde poucos monges têm acesso às publicações sacras e profanas. A chegada de um monge franciscano, incumbido de investigar os casos, irá mostrar o verdadeiro motivo dos crimes, resultando na instalação do tribunal da Santa Inquisição. O monge levanta questões pertinentes, não se ficando pelas explicações mais óbvias e aparentes, utilizando sempre uma observação atenta e o raciocínio dedutivo.

Entre os séculos XII e XIII regista-se o surgimento da Escolástica, que fornece o contexto filosófico-teológico das disputas que se dão na abadia em que decorre O Nome da Rosa. A Escolástica significa literalmente "o saber da escola", ou seja, um saber que se estrutura em torno de teses básicas e de um método básico que é compartilhado pelos principais pensadores da época.

A influência desse saber gira, em grande medida, em torno do pensamento de Aristóteles, trazido pelos árabes, que traduziram muitas de suas obras para o latim. Essas obras continham um acervo de saberes filosóficos e científicos da Antiguidade que poderiam despertar interesse pela curiosidade e inovações científicas.

Mas há uma grande resistência por parte de alguns monges no acesso a este conhecimento, que consideram perigoso, por porem em causa conhecimentos adquiridos, que consideram certos e seguros.

 

(Texto elaborado pela professora de Filosofia e Psicologia, Isabel Felício, do departamento de Ciências Sociais e Humanas)

 

Imagem1.jpg